Por que estou processando Paula Schmitt
Campanha de mais de um ano de difamação por parte da jornalista já está na Justiça

Há um ano, a jornalista Paula Schmitt promove uma campanha de difamação contra mim.
Por isso, instruí meu advogado a abrir processo cível por difamação. Sempre defendi que a difamação objetiva, principalmente quando envolve falsas acusações, é um limite legítimo à liberdade de expressão (discordo da proteção à “honra subjetiva”).
A Justiça marcou uma audiência antes do Carnaval deste ano, da qual a jornalista se ausentou.
Seria preferível deixar que o processo corresse silenciosamente até sua conclusão, mas o fato de ela ter repetido a campanha esta semana me impulsiona a publicar esse desmentido, enquanto a Justiça não resolve a questão.
Em primeiro lugar, creio que o mais importante a ser notado é que, em abril de 2024, Schmitt postou dados sigilosos de saúde meus, obtidos de forma criminosa por algum colaborador com acesso ao sistema do SUS. Há dados parcialmente visíveis, apesar da rasura, inclusive o nome da minha mãe.
“Ele, por sua vez, tomou zero dose…”
Schmitt age como se tivesse descoberto uma informação nova ao quebrar o sigilo dos meus dados de saúde. Mas o que ela anuncia como suposto segredo já era uma informação mais do que pública: eu mesmo já tinha dito publicamente que não havia tomado vacina contra a covid.
Tinha feito isso no canal Tragicômico, de Wagner Thomazoni (YouTube), em 19 de outubro de 2022. O vídeo tem mais de 30 mil visualizações. Na minutagem 1:09:06, eu digo “não tomei vacina da Covid” e explico meus motivos: “tive Covid em março de 2021, antes de [a vacina] sair para a minha faixa etária, e foi essa análise que fiz: já tive o vírus e isso dá alguma proteção”.
Ou seja, minha decisão de não me vacinar foi baseada na leitura de estudos científicos na minha cobertura jornalística que mostravam que eu estava protegido por ter me recuperado de uma infecção prévia.
Em março de 2021, eu tinha 34 anos. O Distrito Federal, onde moro, só liberou vacinas contra Covid para pessoas a partir dos 30 anos de idade em agosto daquele ano, meses depois da minha recuperação.
Schmitt me criticou por ter postado uma foto da minha mãe, uma senhora sexagenária, tomando uma dose da vacina AstraZeneca. Minha mãe se encontrava no grupo de risco beneficiado por este imunizante. Até hoje, a análise custo-benefício corrobora que esta vacina fosse aplicada nesta faixa etária.1
Minhas reportagens sempre deixaram claro que o benefício das vacinas contra COVID-19 variava conforme idade e comorbidades. Em maio de 2021, foi suspensa a recomendação da AstraZeneca no Reino Unido e outros países para menores de 40 anos.
Critiquei em reportagem para a Gazeta do Povo o governo brasileiro por ter demorado 600 dias a mais que o Reino Unido para seguir essa diretriz. Se o Brasil tivesse feito isso, algumas vidas de jovens como Bruno Graf (na faixa etária abaixo de 40 anos, com mais risco de coágulos), vítima de efeito colateral, teriam sido poupadas.
Schmitt reagiu a esta exata reportagem minha, crítica à AstraZeneca, insinuando que eu receberia algum favor da farmacêutica, uma acusação incompreensível a não ser pela intenção de difamação.
Minha cobertura profissional dos prós e contras das vacinas da covid foi muito elogiada pelos meus pares na Gazeta do Povo, onde trabalhei do final de 2020 a dezembro de 2024. Meu trabalho sempre deixou claro que elas não eram panaceias para todos os grupos demográficos, nem venenos.
Defendi nos meus textos profissionais, reportagens e artigos opinativos que indivíduos decidissem se queriam tomar ou não, bem informados sobre benefícios e potenciais eventos adversos. Critiquei a universidade em que estudei na graduação, a UnB, por ter implantado “passaporte vacinal” em todos os seus prédios.
Schmitt faz um esforço de tentar me retratar como um autoritário, com base em capturas de tela de tweets em que eu defendi com retórica debochada a obrigatoriedade das vacinas clássicas para crianças. Esta é a opinião de 72% da população brasileira, segundo pesquisa Ipsos de 2023. A insinuação é que eu estenderia essa opinião às vacinas da covid, o que também é falso.
Uma das minhas reportagens citadas em audiência do Senado, por exemplo, mostrou que o Brasil é o único país do mundo que obriga crianças a tomar vacina da covid, o que é autoritário e errado, pois sem justificação médica. Aliás, trata dos riscos morais da obrigatoriedade vacinal um capítulo que escrevi a convite para um volume em homenagem aos 90 anos do jurista Ives Gandra. Se eu fosse quem Schmitt alega que sou, não teria recebido esse convite de juristas de renome.
Justamente por ter sido uma cobertura equilibrada, fui criticado tanto pelos que defenderam as vacinas da Covid de uma forma dogmática, para todos os grupos e com aplicação obrigatória, quanto por Schmitt e seus pares, que exageram, para o outro lado, os seus efeitos colaterais. Não é possivel que eu seja ao mesmo tempo pró-vacina demais e “antivax” (como também já fui falsamente rotulado por alguns críticos). Meu trabalho fala por si.
Quanto à última acusação de Schmitt, “proibiu o namorado de tomar”, deixo que meu noivo responda por si próprio:
“Não fui proibido de me vacinar. Decidi não me vacinar por não achar necessário, levando em conta que já havia sido infectado antes. Pelo contrário, fui pressionado a me vacinar por familiares. Meu namorado apoiou a decisão de eu não me vacinar, e foi o que fiz. Minha relação com o Eli é de parceria e igualdade, é um insulto a mim e a ele dizer que um de nós pode proibir o outro de alguma coisa.”
— Matheus Souza.
Paula Schmitt nunca conheceu meu noivo, jamais trocou uma palavra com ele, e não faço ideia de onde ela colheu essa informação falsa.
O resto da minha resposta virá da Justiça.
O efeito mais preocupante da vacina da AstraZeneca é a síndrome vacinal de trombose com trombocitopenia (VITT). Resultados das principais revisões científicas:
Modelo BRAVE (Lancet Digital Health, 2025): mostra que, para 60-69 anos, o número de vidas salvas pela AstraZeneca supera em > 2.600 vezes as mortes por VITT.
https://www.thelancet.com/journals/landig/article/PIIS2589-7500%2825%2900025-1/fulltextMeta-análise de 10 países (J Clin Med, 2024): incidência de VITT cai para 1 / 1 000 000 em > 65 anos e 1 / 300 000 entre 55-64 anos.
https://www.mdpi.com/2077-0383/13/4/1012Modelo bayesiano CoRiCal (Vaccine, 2021): mesmo com baixa circulação viral, o benefício da AZ para mulheres 60-69 anos é > 500 vezes o risco de VITT.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0264410X21014286Estudo de caso-controle em idosos (BMJ, 2021): duas doses de AstraZeneca reduziram hospitalizações e mortes em > 80 % em adultos ≥ 70 anos.
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33985964/Meta-regressão global IFR (PubMed, 2022): taxa de infecção-fatalidade para 60-69 anos pré-vacina ≈ 1,3 %, base para os cálculos de benefício.
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36341800/
Lembro de quando vi o primeiro tweet dela com informações sigilosas. Mesmo sendo libertária, achei grave por causa da privacidade sobre dados médicos. Sem noção a distorção que ela fez usando o fato da sua mãe ter tomado vacina, essa foi a posição de vários médicos sérios mas não pandeminions nos EUA e na Europa, que vacinar teria maiores benefícios em pessoas acima de 60 anos e mais custos em homens jovens
Por um momento, confundi e achei que era a Patrícia de antes. Acho que você pode ter problemas com nomes com P... Mas enfim, processa mesmo!! Essa gente que tem rei na barriga, acha que pode tudo. 100% do seu lado. Essas pessoas que não passam de ditadores mascarados não entendem o que significa liberdade de expressão e responsabilidade afetiva, mas gostam de dizer que sim. Por exemplo, posso não tomar nenhuma vacina, falar contra ela o quanto eu quiser! Mas qualquer parente, amigo ou pessoa pode ter a opinião que quiser e eu vou apoiar e cuidar. Quer tomar? Toma. Não quer? Não toma. E se é responsabilidade nossa, como avós, pais ou crianças, cabe ao responsável o que fazer ou não (qualquer coisa que nos deixe com a consciência tranquila é válido). Mas não entendem porque nos acusam do que dão: ditadores e histéricos. Eles não respeitam os outros (nem a si mesmos). Quero ver se ela está falando sobre a confusão que deu com as vacinas, as mentiras, os planos, o dinheiro sujo, tudo o que aconteceu e segue acontecendo com as empresas e as pessoas por trás delas em relação a essas vacinas e tudo o mais da pandemia!! Espero que você ganhe o processo.