Para o senso comum, contar histórias é diferente de relatar fatos. As pessoas têm essa intuição. Lá em Minas, onde eu cresci, a primeira coisa é conhecida como "contar um causo". Pode ter um fundo de verdade no "causo", mas a percepção é que não se deve dar muito crédito. O propósito do "causo" é entreter, mais que informar. Se for pra contar como é a melhor forma de fazer uma rapadura, os mineiros não vão querer um "causo", vão querer uma receita. Vão querer saber o que, de fato, deve ser feito para a rapadura ficar boa. Se querem saber se o padre andou pecando com alguma beata, até pode-se contar um "causo" a esse respeito, mas sabem muito bem que "causo" não basta pra acusar nem saber, de fato, se isso aconteceu. Evidências são necessárias. Só se abre a boca, se é pra acusar publicamente e a sério, quando se tem certeza.
"Tudo é narrativa": um trem muito doido
"Tudo é narrativa": um trem muito doido
"Tudo é narrativa": um trem muito doido
Para o senso comum, contar histórias é diferente de relatar fatos. As pessoas têm essa intuição. Lá em Minas, onde eu cresci, a primeira coisa é conhecida como "contar um causo". Pode ter um fundo de verdade no "causo", mas a percepção é que não se deve dar muito crédito. O propósito do "causo" é entreter, mais que informar. Se for pra contar como é a melhor forma de fazer uma rapadura, os mineiros não vão querer um "causo", vão querer uma receita. Vão querer saber o que, de fato, deve ser feito para a rapadura ficar boa. Se querem saber se o padre andou pecando com alguma beata, até pode-se contar um "causo" a esse respeito, mas sabem muito bem que "causo" não basta pra acusar nem saber, de fato, se isso aconteceu. Evidências são necessárias. Só se abre a boca, se é pra acusar publicamente e a sério, quando se tem certeza.