Assumir que há uma separação definitiva entre sexo biológico e gênero é acreditar erroneamente que uma coisa é 100% genes e outra é 100% ambiente cultural. Eu não vejo muito sentido na maior parte das afirmações de influência cultural sobre o sexo biológico. Mas há um sentido em que elas poderiam ter um papel: o sentido da pressão seletiva da cultura ao longo dos últimos milênios sobre as bases biológicas do sexo. Essa influência cultural já foi convincentemente estabelecida para coisas como digestão da lactose e do amido - a frequência de alelos associados a isso nas populações humanas dependende da história milenar da cultura da pecuária e da agricultura / coletagem seletiva de raízes e tubérculos. Seria no entanto muito especulativo no momento dizer que a cultura influenciou nas características primárias e secundárias apresentadas por diferentes populações humanas. Nós ainda não sabemos se, por exemplo, o quão peludos os homens são em cada população (uma característica sexual secundária) é resultado de processos casuais (como deriva genética) ou de seleções, incluída entre elas a seleção cultural. Tudo o que estou dizendo portanto é que conforme nossos conhecimentos de evolução gene-cultura no momento, a possibilidade da cultura ter influenciado parte do que compõe o sexo biológico é real. O mesmo que eu disse sobre pelos masculinos pode ser dito sobre tamanho médio de seios, tamanho de pés, formato do rosto, altura, tamanho do pênis, pelos femininos. Há pesquisa sugerindo que nos últimos 50 anos as mulheres americanas foram selecionadas em direção a corpos de menor estatura e mais robustos, o que poderia ser uma preferência cultural. Dado que a pesquisa da
Sexo e Gênero
Sexo e Gênero
Sexo e Gênero
Assumir que há uma separação definitiva entre sexo biológico e gênero é acreditar erroneamente que uma coisa é 100% genes e outra é 100% ambiente cultural. Eu não vejo muito sentido na maior parte das afirmações de influência cultural sobre o sexo biológico. Mas há um sentido em que elas poderiam ter um papel: o sentido da pressão seletiva da cultura ao longo dos últimos milênios sobre as bases biológicas do sexo. Essa influência cultural já foi convincentemente estabelecida para coisas como digestão da lactose e do amido - a frequência de alelos associados a isso nas populações humanas dependende da história milenar da cultura da pecuária e da agricultura / coletagem seletiva de raízes e tubérculos. Seria no entanto muito especulativo no momento dizer que a cultura influenciou nas características primárias e secundárias apresentadas por diferentes populações humanas. Nós ainda não sabemos se, por exemplo, o quão peludos os homens são em cada população (uma característica sexual secundária) é resultado de processos casuais (como deriva genética) ou de seleções, incluída entre elas a seleção cultural. Tudo o que estou dizendo portanto é que conforme nossos conhecimentos de evolução gene-cultura no momento, a possibilidade da cultura ter influenciado parte do que compõe o sexo biológico é real. O mesmo que eu disse sobre pelos masculinos pode ser dito sobre tamanho médio de seios, tamanho de pés, formato do rosto, altura, tamanho do pênis, pelos femininos. Há pesquisa sugerindo que nos últimos 50 anos as mulheres americanas foram selecionadas em direção a corpos de menor estatura e mais robustos, o que poderia ser uma preferência cultural. Dado que a pesquisa da
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